O Arizona, estado americano que faz fronteira com o México e Utah, tem uma população de mais de 7 milhões de habitantes e uma economia diversificada, que inclui turismo, agricultura e tecnologia. Nos últimos anos, porém, um setor tem crescido consideravelmente: o dos jogos de azar.

O Arizona permite a operação de cassinos em algumas áreas do estado, além de loterias e apostas esportivas. Em 2020, a receita dos cassinos do Arizona totalizou mais de US$ 2 bilhões, segundo dados da Arizona Department of Gaming. O número de cassinos, por sua vez, chegou a 25, com mais de 15.000 máquinas caça-níqueis e jogos de mesa.

Apesar do sucesso econômico, o jogo de azar no Arizona tem sido associado a um problema crescente: a dependência. De acordo com um estudo publicado pela Arizona Council on Compulsive Gambling, em parceria com o Arizona State University, cerca de 4% dos adultos do estado apresentam sintomas de jogo patológico - uma condição em que a pessoa perde o controle sobre o próprio comportamento de jogo, comprometendo a vida pessoal e profissional.

Além disso, o mesmo estudo aponta que mais de 6% dos adultos do Arizona têm problemas com o jogo, mas não preenchem os critérios para diagnóstico de jogo patológico. Em outras palavras, essas pessoas apresentam comportamentos de risco, como gastar mais dinheiro do que podem, esconder as transações financeiras dos familiares e amigos, ou mentir sobre o próprio envolvimento com o jogo.

As consequências do jogo problemático são variadas e afetam não apenas o indivíduo, mas também a sociedade como um todo. Alguns dos efeitos mais comuns são: endividamento, desemprego, conflitos familiares, doenças mentais e físicas, e até suicídio.

As causas do jogo patológico são complexas e multifatoriais. Entre os fatores de risco estão: predisposição genética, histórico de traumas ou abusos, problemas psicológicos, uso de drogas ou álcool, isolamento social, baixa autoestima, entre outros. O ambiente em que a pessoa vive também pode influenciar, como a oferta de jogos próximos à residência, a pressão social para apostar, a propaganda de jogos como forma de sucesso e lazer.

Para combater o jogo de azar e promover o tratamento adequado para os dependentes, o Arizona conta com diversas iniciativas e programas. A primeira delas é a Arizona Council on Compulsive Gambling, uma organização sem fins lucrativos que oferece ajuda e suporte para dependentes e suas famílias. O site da organização traz informações sobre o vício em jogos, recursos para autoavaliação e prevenção, e também indicações de terapeutas e grupos de apoio.

Além disso, o Arizona Department of Gaming desenvolveu um programa de auto-exclusão, em que o jogador pode solicitar a própria restrição à entrada em cassinos e locais de jogo. O programa inclui uma lista de pessoas excluídas, que é compartilhada entre os cassinos e outros estabelecimentos. Caso o jogador queira entrar em um destes locais, será impedido e poderá ser sujeito a multas e penalidades.

Outra medida importante é a promoção da conscientização sobre o jogo responsável. Os cassinos do Arizona são obrigados por lei a afixar mensagens e materiais de prevenção, informando sobre os riscos do jogo e a possibilidade de tratamento para dependentes. O estado também oferece cursos e treinamentos para funcionários dos cassinos, para que possam detectar sinais de jogo problemático.

Em resumo, o jogo de azar no Arizona tem trazido desafios importantes para a saúde pública e a segurança financeira dos cidadãos. É importante que as autoridades locais continuem investindo em medidas de prevenção e de tratamento, a fim de minimizar os danos causados pelo jogo problemático e promover uma cultura de jogo responsável e saudável.